terça-feira, 29 de dezembro de 2009

2010 - A caminhada continua

O tempo anda cinzento,
muitas pessoas estão frias,
Multidões famintas continuam
e obrigadas a viver na escuridão.

Nada disso desanima a caminhada,
Seguem os passos
em busca de um mundo melhor,
mais fraterno e mais justo.

Sozinho não adianta muito,
precisamos nos dar as mãos,
fortalecer os abraços
E animar o sonho.

Tudo é possível,
Precisamos estar juntos
nenhum plantio e na colheita.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A Rosa de Gaza


Você sobreviveu ao genocídio
Você sobreviveu aos massacres
Você sobreviveu à humilhação.

Mas não conseguiram fazê-la odiar!

Destruíram sua casa
Destruíram sua escola
Destruíram sua infância

Mas não conseguiram fazê-la odiar!

Bela menina de Gaza
Tens muito a ensinar
Teu gesto redime a humanidade

Pois até os brutos podem se comover

Bela menina de Gaza
Bela rosa de Gaza
Teu gesto é a glória de seu povo

Bela menina-rosa de Gaza

DE GEORGES BOURDOUKAN

domingo, 22 de novembro de 2009

Tombadilhos, periferias e favelas

Ainda em homenagem à consciência negra...

Navios negreiros não existem mais.
Em seu lugar, as periferias e favelas.
Chicote e açoites também não.
Em seu lugar, balas achadas e perdidas.

Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas vermelhas o brilho,
em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
magras crianças, cujas bocas pretas
rega o sangue das mães:
Outras moças... mas nuas, espantadas,
no turbilhão de espectros arrastadas,
em ânsia e mágoa vãs.
E ri-se a orquestra, irônica, estridente...
E da roda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Se o velho arqueja... se no chão resvala,
ouvem-se gritos... e o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
a multidão faminta cambaleia,
e chora e dança ali.

Castro Alves, O Navio Negreiro.

De Gerivaldo Neiva
http://gerivaldoneiva.blogspot.com/2009/11/tombadilhos-periferias-e-favelas.html

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Nordeste Brasileiro

Adriano Espíndola Cavalheiro


A seca revela fome,
A fome revela dor,
A dor revela angústia
e desespero...

E os coronéis da política
se fartam em mais um banquete palaciano.
15/10/1998

Delírios Concretos

Adriano Espíndola Cavalheiro

O vício e o mundo
O mundo é o vício.

Bares, tavernas,
cavernas, bibocas.

Risadas, loucuras,
bebidas e fumaças.

O vício, o mundo
O mundo, o vício.

Um bêbado, um gole.
Um trago, viagens.

Delírios, um louco.
Mulheres, cigarros.

Um bar, o mundo
fumaças, loucuras.

O vício é o mundo.


Bar Barroca, Rua Direita,
Ouro Preto em 19/12/1997

AINDA A CANÇÃO DOS GALOS


Adriano Espíndola

O galo cantou minha dor.
Canta galo com alegria
me devolva a fantasia
que envolvia os meus sonhos.

Cantem galos, agonias
pra bem longe eu as quero
do cerrado castigado
que tomou meu coração.

E eu amante apaixonado,
Canto por ti os meus versos,
Coisas simples e singelas
Retratos de meu amor.


Tarde de 24/01/2005
para Rita

GALO DA MADRUGADA

Adriano Espíndola Cavalheiro


Infeliz sem sua presença
Da minha face, feito chuva
Vejo as lágrimas caírem.

Isso é assim,
Cúpido anjo,
pois forte é meu sofrimento
e amarga é a saudade.

Lágrimas de tristeza,
que apesar da teimosia,
naturalmente vão parar.

Mas amada, se não voltares
cedo ou tarde, essas lágrimas,
feito chuvas de verão,
voltam a inundar meu peito.

Nesta madrugada o galo cantou minha dor.
29/01/2005

ABISMO SOLIDÃO

Adriano Espíndola Cavalheiro
Para Rita de Cássia,
Do alto do cume
da saudade,
intransponível por
sua ausência,
inconformado com
deus-amor,
o Cúpido,
poeta abandonado,
eu grito:

Sen ti,
Minha Vida,
perdi os sentidos!

Queda livre,
mais
triste precipício.

A esperança do seu amor me mantém vivo!

26/01/2005

ALMA ARMADA

Adriano Espíndola Cavalheiro
Aos companheiros do PSTU

Sonho, não peço licença,
um mundo livre
da exploração do homem pelo homem.

Comunista,
enfrentando as diversidades
de cada dia,
Luto para fazer realidade
minhas utopias,
que não são fantasias.

Mundo novo,
sem exploradores,
sem explorados.

E o partido?
Minha alma,
minha arma.

20.10.2005

A “GAZELA” E O COBRADOR (ou Cenas Urbanas)

Adriano Espíndola Cavalheiro

Depois de rasgar o verbo,
num espetáculo digno de Dante,
quase um dramalhão mexicano,
(pensei que assistíamos ao Ratinho),
silenciou-se a Gazela,
rasgando com os olhos
a face bela e cínica,
de galanteador barato,
de seu Amor, o trocador.

E nós, passageiros estupefatos
não sabíamos se ficávamos calados,
ou se em coro,
gritávamos:
Viva, BIS, BIS, BIS.


13/02/2000

domingo, 8 de novembro de 2009

POEMA DA INSANIDADE DA VIDA MODERNA

Adriano Espíndola Cavalheiro

A cento e cinqüenta,
dirijo.
Na minha insana pressa
prossigo.
Mas não demora,
pressinto
(a cento e cinqüenta
nada demora)
não estou mais sozinho.


No banco do passageiro,
satisfeita,
me olhando sorrateira,
vai sentada a velha morte.

27.10.2005
Poema concebido a 150km por hora,
Numa estrada das Gerais,
Atrasado para uma audiência.
(Bom que sobrevivi para coloca-lo no papel,
sorte)

Tesouro

Adriano Espíndola Cavalheiro

No fundo de um coração adolescente,
se esconde uma vírgula apaixonada.

08/10/2000

UM SOM

Adriano Espíndola Cavalheiro
O mosquito que passa,
um amor que se foi,
tristeza vertida,
tô punk feito blues.

20/09/2004

PROFISSÃO DE FÉ

Adriano Espíndola Cavalheiro


Com fé no futuro comunista
da humanidade,
Reza sem fé o poeta marxista,
na estrada nua da luta de classes.


30.08.2009

PRESERVA (TIVO)

Adriano Espíndola Cavalheiro

Sexo sem compromisso
Nada mais do que isso
Sinto muito baby,
Mas é tudo que terás de mim.

07/02/2005

Poesias diversas

Amigas e amigos,

Os poemas abaixo e as postagens anteriores, já haviam sido publicados no Blog Defesa do Trabalhador.

Nas próximas postagens, prometo poemas menos panfletários e inéditos.


Adriano Espíndola Cavalheiro

=-=-=-=--=-=



Rubro de vergonha, o sol se oculta no Ocidente.
Ele, que já foi reverenciado como o maior dos deuses,
sofre com a ignomínia de ver sua Mesopotâmia invadida,
ocupada e estuprada.
Seus raios, outrora radiantes,
escondem-se para não assistir a brutalidade
da soldadesca a soldo dos Estados Unidos.
Quem falou que o crime não compensa?
Pobre Caldeia, pobre Nabucodonosor.

Ao invés dos Jardins Suspensos,
uma das sete maravilhas do mundo,
prisioneiros pendurados pelas mãos
a lembrar a crucificação,
ou arrastados como animais num matadouro,
a lembrar o aparheid na África do Sul.
Quem falou que o crime não compensa?
Pobre Babilônia, pobre Hamurabi.

Bibliotecas destruídas,
museus saqueados,
escolas fechadas, a lembrar que a invasão
não se satisfaz apenas em exaurir a riqueza do país.
É preciso também apagar sua história e sua cultura.
Quem falou que o crime não compensa?
Pobre Suméria, pobre Gilgamesh.

Eis que a tão louvada e celebrada
democracia ocidental
mostra sua verdadeira face
diante da diversidade e do diferente,
horror a uma, pavor a outra,
mesquitas servindo de alvo.
Quem falou que o crime não compensa?
Pobre Ur, pobre Abraão.
Pobre Iraque.
Pobres de nós!
=-=-=-=-=-=-

Adriano Espíndola Cavalheiro

Bombas caem na Palestina,

do alto da arrogância sionista.

Crianças despedaçadas,

pais desesperados,

mães inconsoláveis!

Capitalistas em crise

em todo o mundo,

transferem para o trabalhador

o custo de sua incompetência:

demissões em massa,

miséria em toda a parte.

Meu colorado,

Uberaba Sport Club,

alegria para povo sofrido,

invade minha poesia:

arrancando um empate da

raposa cruzeirense.

RESISTIREMOS?


21.02.2009 (ouvindo o jogo do Uberaba no rádio de pilha, crise do capitalismo mundial e mais um bombardeio sionista sobre a Palestina)

-=-=-=-=-=-=-=-=-=



Adriano Espíndola Cavalheiro

Para meu amigo Athur.

Três palavras procurei,

Depois que topei,

um amigo distante,

que também as procurava.


Fácil culpar outros,

amor sinto tanta mágoa,

magoado sinto amor.


Mas como começar de novo,

se a dor ainda não passou?


Não tenho mais vinte e nove,

Tenho bem mais um pouco,

pois o tempo, esse sim passou.

Mas do hoje, sempre virá

o amanhã

E tudo começará de novo.


E as quatro palavras,

(que deveriam ser três),

Cantei:

Amor ainda a amo!

fevereiro de 2009

=-=-=-=-=

Adriano Espíndola Cavalheiro

E assim findou o sertão da farinha podre:
Um grande deserto tórrido,
com oásis formados por alguns canaviais,
regados pela transposição do Rio Grande,
que agoniza quase sem água,
lembrando a sina do extinto Chico.

Sofrem os pobres
com fome e sede,
Os zebuzeiros de outrotra,
convertidos em Usineiros,
respeitados agrobusines,
agradecem!

-=-=-=-=-=-=-=-=-=--=

=-=-=-=-=-

Adriano Espíndola Cavalheiro

Queria escrever uns versos
de amor,
falar de alegria, de sorrisos
e de noites estreladas.

Celebrar a vida, as conquistas
e o meu romance,
com Rita,
minha doce amada.

Mas a crueldade sionista
dos nazistas de Israel,
chega a desanimar-me
da espécie humana.


janeiro de 2009, durante de um dos maiores
massacres promovidos por Israel, na Faixa de Gaza.
=-=-=-=-=-=-=-=-=-

Adriano Espíndola Cavalheiro
Feito fogos de artifícios,
nos céus da Palestina,
cruzam bombas e morteiros
genocídas de Israel.

Centenas de novos mortos,
gente do povo, crianças.
Vidas perdidas.

Armas de destruição em massa.
sonhos desfragmentados,
despedaçados.

Faz, em Gaza, ó sionismo,
o mesmo que fizeram aos judeus,
no Gueto de Varsóvia,
nos campos de Auschwitz..

Adriano Espíndola, Janeiro 2009

=-=-=-=-

Adriano Espíndola Cavalheiro

Meu coração palestino,
ferido de morte, clama por justiça.
Clamor que resulta inútil,
frente a indiferença das arrogantes
potências imperiais.

Outro dia finda na faixa:
Armas de destruição em massa
destroem minha Gaza,
explodem crianças,
arrasam com sonhos.


Sionismo maldito e covarde.
teu fim está próximo.
O sangue que derramas,
é o combustível de minha ira!

Adriano Espíndola Cavalheiro, janeiro 2009

POEMA ATEU OU VERDADE DIVINA


Os homens erguem Igrejas,
templos e fazem altares.
Empregam padres,
guias e pastores,
toda uma gama de gente
que tem na fé a profissão....

Ah, se a humanidade soubesse
que Deus está dentro dela e
como qualquer outra divindade,
precisa do homem para existir.

Ainda que os de cima
digam que a vida seria obscura.
me arrisco a dizer que a raça humana
seria plena e feliz.
19.09.2009

Palestina, Palestina II*

Adriano Espíndola Cavalheiro

Sob a sombra da indiferença

da burguesia ocidental,

com seus governos e suas mídias,

a arrogância sionista,

com sua bélica brutalidade

faz sangrar-te, ó Palestina.


Mas, em meu coração dolorido,

ainda vive a esperança,

de uma Palestina livre, laica e democrática:

judeus, árabes, cristãos, muçulmanos,

sem sionismo,

sem fundamentalismo.


Meu desejo de vingança?

Não confunda, caro amigo,

é um grito em desespero,

pedras contra o racismo

contra a intolerância.

Meu clamor por Justiça!

27 deOutubro de 2009

*Inspirado em Palestina, Palestina de GEORGES BOURDOUKAN

http://blogdobourdoukan.blogspot.com/2009/10/palestina-palestina.html